De Povos Indígenas no Brasil
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“Estamos lutando pelos nossos direitos, garantir a saúde, a terra para nossas crianças, que é de extrema importância para darmos segmentos às futuras gerações.”

Rosângela Ara Poty


Rosângela Ara Poty, do povo Guarani Mbya, concede entrevista ao ISA, durante a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, realizada em Brasília (DF), em 2019. Foto: Mariana Spagnuolo Furtado/ISA, 2019Rosângela Ara Poty, do povo Guarani Mbya, concede entrevista ao ISA, durante a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, realizada em Brasília (DF), em 2019. Foto: Mariana Spagnuolo Furtado/ISA, 2019


Sou Rosangela, de etnia guarani. Estou aqui neste momento em Brasília e queria dizer um pouco sobre essa experiência.


O que você gostaria de compartilhar sobre a Marcha?

Estou gostando! Fico emocionada em ver mulheres guerreiras de muitas etnias se reunindo aqui. Quando olho para as mulheres vejo para ter forças e seguir este caminho. Meu pai fala que no descobrimento do Brasil, que não foi um descobrimento, e sim uma invasão, quantas mulheres foram violentadas e mortas. Agora estamos em Brasília reunidas, dando forças para cada povo unindo-se em um só. O Brasil é nosso. Estamos lutando pelos nossos direitos, para garantir a saúde, a terra para nossas crianças, que é de extrema importância para darmos segmentos a futuras gerações.

Qual o principal desafio do povo guarani em São Paulo hoje, em sua opinião? Primeiro para o povo, em segundo, para as mulheres guarani, qual sua opinião sobre? Qual a principal luta para as mulheres guarani?

A principal luta é a saúde, de todas as comunidades e de todos os povos que precisam. Estamos na primeira marcha das mulheres indígenas e temos muitas questões levantadas: saúde, demarcação, muitas coisas, mas vejo a principal como a saúde.

E com relação à saúde, o que você acha que traz saúde para a mulher indígena? O que é mais importante na saúde da mulher guarani?

Meu avô, que é liderança espiritual, nos diz que temos duas doenças: doença espiritual, que é tratada na casa de reza e uma doença não indígena, que temos que ir em uma unidade de saúde, levar crianças, etc. Precisamos ter um bom atendimento para nossas crianças, jovens, pessoas mais velhas e etc.

Qual mensagem você gostaria de deixar para os não indígenas?

Gostaria de dizer para os não indígenas para respeitarem a nossa natureza, a nossa saúde, porque estamos aqui lutando pelos nossos direitos, pela nossa saúde para melhorarmos para todos os povos indígenas. Deixo essa mensagem pedindo respeito e dizendo que iremos lutar pois somos mulheres guerreiras indígenas!


A entrevista acima foi registrada em 2019, durante a Primeira Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília (DF), por Selma Gomes, Beatriz Murer, Daniele Leal, Mariana Furtado e Silvia Futada.